Entenda o que se passa com alguém que sofre com esta doença
por Luciana Kotaka
Com o fortalecimento do culto ao corpo magro, os transtornos alimentares estão aparecendo com uma frequência alta e tem despertado a atenção dos profissionais da área da saúde.
Na bulimia nervosa a ingestão exacerbada de comida
em um curto período de tempo é uns dos sinais que chamam a atenção,
sendo que cada vez que uma pessoa se descontrola, ela ingere cerca de
2.000 a 5.000 calorias por episódio, sempre acompanhado pela sensação de
completa perda de controle, com sentimentos de culpa e vergonha.
Podemos afirmar que na grande maioria das vezes esses episódios vêm
acompanhados de métodos compensatórios de purgação como: vômitos auto
induzidos, uso de laxantes ou diuréticos, enemas, exercícios físicos
extenuantes e jejuns prolongados.
Vários fatores podem disparar um episódio de voracidade como esse, mas um que nos chama a atenção são os períodos de jejum prolongados
ou dieta muito restritiva, o que gera a perda de controle, e
normalmente os familiares não tem a percepção do que está ocorrendo.
Abaixo estão listados alguns comportamentos que levam a detectar a bulimia:
- Humor depressivo;
- Preocupação excessiva com o peso e corpo;
- Comer em excesso quando se sente angustiado;
- Dieta restritiva seguida de episódios de compulsão;
- Ter compulsões com alimentos calóricos e com doces;
- Sentir e expressar culpa ou vergonha por sua compulsão;
- Utilização de laxantes e vômitos para controle do peso;
- Após as refeições, usar o banheiro para seus vômitos secretos;
- Manter em segredo esses vômitos e as compulsões;
- Planejar as compulsões e as oportunidades para a realização;
- Sensação de perda de controle e desaparecimento após a refeição.
O ciclo de comer e tentar compensar seja com os vômitos auto
induzidos, com o uso de laxantes, diuréticos ou a prática de exercícios
extenuantes, se torna uma rotina que não traz resultados interessantes,
levando as pessoas que utilizam esses recursos a sentirem-se frustradas,
humilhadas e, com isso, acabam recomeçando todo o ciclo novamente.
A bulimia se caracteriza tanto pela ingestão
exagerada de alimentos, como períodos de restrição (o famoso jejum
prolongado), este último sendo disparador e mantenedor de episódios de
voracidade, e geralmente podem ser alimentos ricos em gorduras e
carboidratos.
Outro aspecto importante é a voracidade que apresenta nas suas
relações interpessoais, pela necessidade que sentem de obterem afeto,
atenção, carinho. Porém, em outros momentos, preferem o distanciamento,
que mostra a mesma dinâmica do comer e vomitar.
Importante esclarecer que esta doença também pode levar ao óbito.
Mesmo que a porcentagem seja baixa, várias situações estão envolvidas
nesse processo, como o suicídio, pneumonia combinada com problemas
cardíacos, reação hipertensiva decorrente da ingestão medicamentosa e o
peso corpóreo.
Mas a mudança de hábitos alimentares está presente na bulimia e um
dos sinais mais visíveis são as idas frequentes ao banheiro. Os pais
precisam estar atentos aos hábitos alimentares dos filhos e ao
comportamento pós-refeição.
Após desconfiarem que sua filha(o) pode estar com essa doença, o
recurso é procurar profissionais especializados para o atendimento.
Sempre é importante cuidar dessas situações, pois muitos pais não
acreditam que seus filhos podem estar doentes ou mesmo desprezam os
sinais na tentativa de não encarar a situação.
Uma equipe de profissionais especializados pode auxiliar nesse
processo, como o psicólogo que irá junto com o paciente trabalhar a
imagem corporal, e os gatilhos que a levaram utilizar a bulimia como
recurso para perda de peso; o psiquiatra que irá medicar de acordo com o
histórico e queixas apresentadas; o nutricionista que prescreverá uma
dieta equilibrada e adequada para cada caso.
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