A Abeso reforça o comunicado, emitido pela Sociedade Brasileira de Endrocrinologia e Metabologia (Sbem) e pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), em relação à reportagem veiculada no Jornal Nacional da última sexta-feira, 28 de março, sobre efeitos adversos de medicações antidiabéticas.
Os pacientes que fazem uso desses medicamentos, que se sentiram inseguros em razão das opiniões emitidas pela Anvisa na reportagem, devem procurar seus médicos para tirar qualquer dúvida relacionada ao medicamento. Não devendo, em hipótese alguma, suspender o tratamento.
COMUNICADO OFICIAL
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) vêm, através deste comunicado conjunto, contrapor informações veiculadas na edição do Jornal Nacional de 28/03/2014 sobre a ocorrência de efeitos adversos de medicações antidiabéticas.
O texto da matéria, ressalta, entre outras infomações:
“Para o coordenador do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária, a situação é grave. ‘A gente tem percebido, principalmente, a ocorrência de pancreatite, alguns casos de câncer pancreático e também reações adversas na tireoide, como neoplasia de tireoide’, revela Adalton Guimarães Ribeiro, diretor do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária de São Paulo. Na mira da Vigilância Sanitária, uma lista de dez medicamentos, com sete princípios ativos: liraglutida, exenatida, linagliptina, metformina, saxagliptina, sitagliptina e vildagliptina.”
Este texto contém incorreções importantes, tais como:
1. é absolutamente incorreta a inclusão da metformina nessa lista; este fármaco é utilizado no tratamento do diabetes há várias décadas, está consagrado, e faz parte de simplesmente todos os consensos científicos nacionais e internacionais sobre o tratamento do diabetes como medida inicial de conduta. Ela definitivamente não está associada a qualquer dos efeitos colaterais mencionados na matéria.
2. as demais drogas citadas estão sendo alvo de ampla discussão pelas sociedades científicas, no mundo todo, já há alguns anos, a respeito de seu potencial de causar doenças no pâncreas e na tireóide. As evidências até o momento, que estão consolidadas em documentos de consenso das duas maiores entidades científicas internacionais da área de diabetes, e endossadas pelas entidades científicas brasileiras, apontam para a ausência de relação causal entre esses tratamentos e aquelas doenças. O assunto, porém, ainda está em aberto na comunidade médica científica internacional.
3. o alerta diz respeito ao fato de que alguns destes princípios ativos, especificamente os de uso injetável, realmente estão liberados pela ANVISA para venda livre, sem prescrição. A SBD e a SBEM posicionam-se contrariamente a esta regulamentação, sendo da opinião de que deveria haver maior controle sobre a prescrição e dispensação destes remédios injetáveis.
Nina Musolino
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
e
Walter Minicucci
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes