Embora ajude casais a se sentirem conectados 24 horas por dia, a ferramenta se torna um problema quando a relação termina, segundo estudo. Dê sua opinião
Usar a rede social para rastrear um ex pode impedir a
pessoa de esquecer o antigo relacionamento e seguir em frente. “As
pessoas que se envolveram em vigiar o ex-companheiro através do
Facebook, ou seja, aquelas que frequentemente entram na página do ex e
de seus amigos, informaram que houve um atraso na recuperação emocional
depois de um rompimento, se comparadas com quem realizava uma vigilância
menos frequente”, disse a autora do estudo Tara Marshall, do
departamento de psicologia da Brunel University’s School of Social
Sciences in Uxbridge, na Inglaterra.
“Elas relataram maior estresse relacionado ao rompimento,
mais sentimentos negativos em relação ao ex-parceiro, como ciúme e
hostilidade, mais desejo sexual pelo ex e menos crescimento pessoal”,
afirmou.
O Facebook, a maior rede social do mundo, tem mais de 900
milhões de usuários, Marshall observou. Pesquisas anteriores indicaram
que um terço deles usam o site para monitorar as atividades de
ex-parceiros.
Esta “amizade” contínua permite que ex-amantes mantenham
controle da vida do outro através de atualizações de status, mensagens
no mural e fotos. E, dependendo das configurações de privacidade, até
mesmo um ex que não esteja na lista de amigos pode ter acesso a
informações em posts públicos e em páginas de amigos em comum.
Desgosto maior
Para o estudo, publicado no início do mês no site do
jornal “Cyberpsychology, Behavior and Social Networking”, Marshall
convidou mais de 450 usuários do Facebook para completar uma pesquisa
on-line criada para avaliar estado emocional e padrões de uso do
Facebook após uma separação.
A maioria era composta por mulheres e 87% dos
entrevistados eram americanos. Quase dois terços estavam na faculdade e
um terço tinha completado o ensino médio. Embora quase metade fosse
formada por solteiros, todos tiveram pelo menos um rompimento com um
parceiro romântico que também mantinha uma conta no Facebook na época.
Baseada nas respostas, a pesquisadora estabeleceu a
ligação entre a vigilância contínua do ex pelo Facebook e a maior demora
na recuperação e no crescimento emocional da pessoa rejeitada. Isso não
acontecia com quem se mantinha desconectado. Quanto maior a espionagem
feita através do Facebook, maior o desgosto, resumiu a pesquisadora.
Opiniões contrárias
Entretanto, outros especialistas não estão convencidos
disso. Eli Finkel, professor associado de psicologia social da
Universidade Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos, disse que
estes resultados ainda não são suficientes para convencer alguém a
deletar a conta no Facebook.
“Para a autora do estudo, o uso contínuo do Facebook por
alguém que acaba de terminar um relacionamento faz a pessoa ficar ainda
mais angustiada, mas a pesquisa não prova isso”, disse ele.
“O que me
parece mais plausível é que, como já está especialmente perturbada por
causa do rompimento, a pessoa pode se tornar obsessiva e perseguir o ex
no ambiente virtual, tentando descobrir mais sobre ele no Facebook.”
“Ou pode ser que essa pessoa forme um ciclo vicioso: o
estresse do rompimento pode levá-la a procurar informações sobre o ex no
facebook e, depois de encontrar o que procura, ela fica ainda mais
angustiada”, Finkel acrescentou.
É possível que o Facebook não interfira na motivação para
perseguir um ex, “mas facilite essa tarefa", disse ele. “Mas não há
nada nesta pesquisa que comprove ou desminta nada disso.”
Jeffrey Hall, professor assistente de comunicação na
Universidade de Kansas, em Lawrence, nos Estados Unidos, concorda. “Eu
não acho que este estudo estabeleça que participar do Facebook torna um
rompimento mais problemático do que antes da rede social, quando as
pessoas que passavam por uma angústia pós-separação buscavam informações
sobre o ex com amigos e com os amigos dos amigos”, disse.
“Mesmo que o Facebook possa ser um mecanismo único para
vigiar alguém, isso não mostra que as nossas motivações para ir lá
buscar informações estejam especificamente relacionadas com a rede
social, ou que, uma vez lá, você se sinta ainda mais angustiado do que
já estava”, finaliza Hall.
Faça o teste - http://delas.ig.com.br/comportamento/separacaodivorcio/2012-09-29/o-facebook-pode-prolongar-a-dor-apos-uma-separacao.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário