Rosana Faria de Freitas
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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ThinkstockConversando com um psicólogo, o indivíduo encontrará incentivos para mudar seu cotidiano.
O sedentarismo, que pode desencadear muitos problemas de saúde, já é
considerado uma epidemia. Só para se ter ideia, levantamento do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que apenas
10,2% da população acima de 14 anos praticam alguma atividade física no
país. A boa notícia é que a psicologia pode ajudar os "paradões" a mexer
o corpo - um alento para quem sente a consciência pesar ao ouvir sobre o
Dia Mundial da Atividade Física, celebrado neste sábado (6).
"Mudar este quadro está na lista de muitas pessoas que pouco se
movimentam, mas nem todas têm sucesso. O motivo é que elas não
estabeleceram uma relação prazerosa com a ginástica ou o esporte, o que
torna o início desconfortável. Assim, há enorme dificuldade para sair da
zona de conforto, deixando a impressão de que é quase impossível chegar
lá", analisa Carla Di Pierro, psicóloga especialista em Psicologia do
Esporte e Clínica Analítico Comportamental.
Uma abordagem que pode alterar essa situação é tratar o sedentarismo
como uma espécie de doença, que precisa de tratamento, como qualquer
outra.
"A psicoterapia auxilia na medida em que faz a pessoa compreender o
quanto é essencial alterar o estilo de vida, criando hábitos que
promovam saúde, como o exercício", salienta Cristiane Moraes Pertusi,
doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP (Universidade
de São Paulo).
Para Carla Di Pierro, há dois caminhos que fazem alguém ser sedentário:
ou o indivíduo não teve, em sua história, uma relação construtiva e
proveitosa com a atividade física; ou mexeu o corpo na infância e
adolescência, mas, atualmente, isso não está na sua lista de
prioridades.
Quem é ativo, acredita a terapeuta, tem uma trajetória positiva nesse
campo e, por isso, faz ginástica ou esporte porque gosta, e não por
obrigação. "Há pessoas que até podem ter iniciado por pressão externa,
porém se continuam firmes e fortes é porque criaram uma correlação
diferente com o exercício."
Prazer é fundamental
Tal vínculo saudável envolve fazer algo de que se goste, perceber a
evolução e os resultados e associar o exercício a consequências
positivas como conhecer pessoas e conquistar novos amigos.
"Ter uma meta e objetivos claros também ajuda bastante, pois aumenta a
perseverança e a garra para alcançar algo mais adiante", diz Carla Di
Pierro, que desenvolveu um programa de adesão à pratica de atividade
física. "Há ferramentas que ajudam o paciente a mudar seus padrões de
comportamento, abrindo a possibilidade de ver, sentir e fazer diferente,
saindo do familiar, do óbvio, e entrando em contato com o novo."
A malhação, acredita Cristiane Pertusi, deve ser estimulada e realizada
desde a infância. "Nosso cérebro precisa se acostumar com a ginástica
ou o esporte, obrigando o organismo a gastar certa quantidade de energia
regularmente. Isso deve ser mantido para que, com o passar da idade,
seja natural praticar uma modalidade. Em outras palavras, o corpo humano
não pode se familiarizar e se acomodar ao estilo sedentário."
Disposição para tudo
Conversando com um psicólogo, o indivíduo encontrará gatilhos para
mudar seu cotidiano. "O exercício, de forma geral, está presente na vida
de quem tem energia para investir em áreas distintas do mundo",
considera Pertusi. Com consciência de todos os benefícios que oferece – e
dos malefícios e riscos da inatividade para a saúde –, é possível
adquirir força de vontade para se cuidar e buscar um corpo harmonioso e
saudável.
"Às vezes, a pessoa se torna sedentária porque o ritmo de vida é tão
intenso que ela acaba sucumbindo ao cansaço, ao desânimo, à apatia",
completa Elcio Carvalho Neto, professor de musculação da Academia
Competition, em São Paulo.
Como consequência, ele adverte, não raro aparecem problemas como
obesidade, estresse, depressão, disfunções cardiorrespiratórias e outras
associadas à inatividade. "Quem não se entrega ao ócio, se previne de
vários destes distúrbios. E, como apresenta massa musculoesquelética
evoluída, adquire uma proteção articular significativa. Por isso, cabe a
nós, profissionais da saúde, desenvolvermos estratégias que levem os
sedentários a mudar seus hábitos, almejando qualidade de vida e
assimilando que, antes de cuidar de outras áreas – como estudo e
trabalho –, é essencial olhar para si mesmo. Dessa forma, eles evitarão
muitos problemas físicos, pessoais e psíquicos", ressalta Elcio Neto,
que é pós-graduado em Treinamento Desportivo.
Números são preocupantes
Informações colhidas por pesquisadores da revista de medicina britânica The Lancet
apontam que 1/3 da população mundial é fisicamente inativa. "Os estudos
ainda indicaram que o percentual maior de sedentários é entre as
mulheres: 34%, contra 28% dos homens", informa o professor da
Competition. A maioria dos adultos sedentários é encontrada em Malta
(71%), Sérvia (68%) e Reino Unido (63%), enquanto a Grécia e a Estônia
estão entre as nações que mais se movimentam, com apenas 16% e 17%,
respectivamente, de paradões.
Nos Estados Unidos, mais de 60% dos adultos e cerca de 50% dos
adolescentes engordam a estatística, segundo o National Center for
Chronic Disease Prevention and Health Promotion. No Brasil, dados do
IBGE revelam que 80,8% dos adultos são sedentários. Em levantamento na
cidade de São Paulo, este número chegou a 68,7%. Mais: cerca de 48% das
mulheres e 50% dos homens acima de 20 anos estão acima do peso.
A psicologia do esporte, felizmente, vem trabalhando para reverter a
tendência. "O indivíduo precisa entender sua situação atual e suas
dificuldades, de modo a delinear um plano que o permita incluir o
exercício na rotina. Uma das formas para isso é o estabelecimento de
metas, o monitoramento delas e os mecanismos de recompensas para a
prática – como perda de peso, aquisição de um corpo bonito e saudável,
prazer que o exercício traz", atesta Carla Di Pierro, que atua como
terapeuta do Time Brasil, projeto do COB (Comitê Olímpico Brasileiro)
para preparação de atletas visando as Olimpíadas do Rio 2016.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/04/05/se-nao-consegue-vencer-o-sedentarismo-recorra-a-ajuda-terapeutica.htm
Um comentário:
Oi Luciana!Tudo bem?
A ajuda de um profissional é essencial e sempre bem-vinda no processo de emagrecimento. Acredito que os posts com as histórias e dicas das blogueiras é um recurso bacana para a autoestima, afinal se o outro conseguiu Eu também consigo não é verdade, basta acreditar e colocar em prática.
Desejo uma ótima semana!
bj
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