Novo
termo assinado nesta terça-feira eleva para 16 o número de grupos de
alimentos atendidos; meta é retirar 28 mil toneladas de sódio
dos alimentos até 2020, segundo o MS.
Fabiane Schmidt, da Agência Saúde
O
Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos
(ABIA) fecharam, nesta terça-feira (5), o quarto acordo para a redução do
teor de sódio nos alimentos industrializados. Desta vez, o compromisso é
pela diminuição desse ingrediente em laticínios, embutidos e refeições
prontas, em até 68% ao longo dos próximos quatro anos.
O
novo termo, assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pelo
presidente da entidade, Edmundo Klotz, eleva para 16 o número de
categorias de alimentos atingidas, que somadas representam 90% dos
alimentos industrializados que mais contribuem com o consumo de sódio no
país. “Nossa intenção é estimular e apostar na capacidade de inovação da
indústria.Ela foi uma parceira nesse período para superar a meta de
redução e já conseguimos retirar mais de 11 mil toneladas de sódio dos
alimentos industrializados no país”, destacou o ministro.
Com
a inclusão dos três novos grupos, a meta global do acordo passa a
ser retirar 28 mil toneladas de sódio até 2020. Desde 2011, a estimativa é
que 11,3mil toneladas tenham sido retiradas dos produtos como
bisnaguinhas, massas instantâneas, bolos prontos, biscoitos e caldos.
O
sódio está presente no sal de cozinha e em produtos industrializados. Seu
consumo em excesso está associado a uma série de doenças, sobretudo à
hipertensão arterial. A doença, segundo o nov levantamento Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico – Vigitel 2012, atinge 24,3% dos brasileiros hoje.
“Somos
o segundo maior produtor de alimentos no mundo, maior gerador de renda
desse país e nós precisamos desenvolver cada vez o valor agregado, a
exemplo de iniciativas como essa proposta pelo Ministério da Saúde.Uma
das maiores vantagens é estimular a indústria a buscar cada vez
mais soluções”, avaliou o presidente da Abia.
CONSUMO
EXCESSIVO - Segundo a última Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), o brasileiro
consome, em média, 12 gramas de sódio por dia,considerando o sal de mesa
e o sódio obtido dos alimentos. A marca é mais que o dobro do que os 5
gramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Se
chegasse ao consumo médio ideal, o Brasil teria forte impacto na
qualidade de vida dos brasileiros e na redução das mortes atribuídas à
hipertensão e às suas complicações, conforme dados da Sociedade
Brasileira de Cardiologia.
Estima-se
que esta mudança acarretaria 15% menos mortes por AVC (acidente vascular
cerebral) – hoje a principal causa de morte entre os brasileiros e
responsável por 100 mil óbitos só em 2011 – e 10% menos mortes por
infarto. Além disso, seria possível reduzir em 1,5 milhão o número
de pessoas que necessitam de medicação para controlar a pressão alta.
Outro ganho seria o acréscimo de mais quatro anos na expectativa de vida
dos hipertensos.
MONITORAMENTO
– O acordo, que tem adesão voluntária,estabelece o acompanhamento das
informações da rotulagem nutricional dos produtos e as análises
laboratoriais de produtos coletados no mercado e da utilização dos
ingredientes à base de sódio pelas indústrias. O mineral é usado não só
para dar sabor, mas também por outras funções tecnológicas, incluindo
ade conservante.
Desde
o início de 2013, estão sendo coletadas e analisadas amostras de
categorias de produtos firmados nas duas primeiras etapas da parceria,
entre eles, macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinhas.
RENOVAÇÃO -
O Ministério da Saúde e a indústria também vão renovar a cooperação,
iniciada em 2007, que permitiu a reformulação das fórmulas dos alimentos
processados.
Além
da parceria para redução do teor de sódio, o acordo de cooperação
também permitiu a retirada de 230 mil toneladas de gordura trans do
mercado. Estudo feito pela ABIA, em parceria com o governo federal,
revelou que 94,6% das empresas ligadas à entidade, alcançaram a meta
estabelecida em 2007, que limita a 5% de presença de gordura trans do
total de gorduras em alimentos industrializados e 2% do total de gorduras
em óleos e margarinas.
A
renovação do acordo vai permitir estudos e debates para definir as
categorias prioritárias e montar o próximo passo: a redução de açúcar e
gorduras totais e saturadas.
http://www.abeso.org.br/lenoticia/1073/alimentos+industrializados+terao+teor+de+sodio+reduzido.shtml
METAS DO QUARTO TERMO DO ACORDO DE SÓDIO
| |||
LATICINIOS
|
Metas para 2014 (mg)
|
Metas para 2016 (mg)
|
Redução em 4 anos (mg)
|
Requeijão cremoso
|
587
|
541
|
63,2%
|
Queijo muçarela
|
559
|
512
|
68%
|
SOPAS
|
Metas para 2014 (mg)
|
Metas para 2016 (mg)
|
Redução em 4 anos (mg)
|
Sopa instantânea
|
334
|
330
|
19,5
|
Sopas prontas para consumo e para cozimento
|
327
|
314
|
33,2
|
EMBUTIDOS
|
Metas para 2015 (mg)
|
Metas para 2017 (mg)
|
Redução em 4 anos (mg)
|
Empanados
|
690
|
650
|
54,8
|
Hambúrguer
|
780
|
740
|
59,0
|
Linguiça cozida temp. ambiente
|
1560
|
1500
|
27,9
|
Linguiça cozida mantida sob refrigeração
|
1310
|
1210
|
33,9
|
Linguiça frescal
|
1080
|
970
|
42,0
|
Salsichas
|
1140
|
1120
|
29,8
|
Mortadela mantida sob refrigeração
|
1270
|
1180
|
26,6
|
Mortadela mantida a temp ambiente
|
1380
|
1350
|
16,0
|
Presuntaria
|
1180
|
1160
|
35,7
|
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