A mudança necessária para interromper esses episódios demanda equipe especializada
Toda semana um paciente novo agenda um
horário para falar de sua dor, a dor de induzir o vômito, de colocar
para fora grandes quantidades de comidas que engoliu sem ao menos sentir
o sabor. Podemos descrever esses relatos como orgias alimentares,
muitas das quais ocorrem durante o dia, outras na sombra da noite, onde
ninguém presencia.
O sentimento de culpa e raiva afloram
nesses discursos, não faltam explicações racionais para o que pensou no
momento em que passou na padaria, ou mesmo no posto de gasolina, até
pelo armário da cozinha. Conseguem compreender o que sentiram ao se
afundarem na comida, na paz que esse momento proporciona, mas não sabem
como frear esse comportamento compulsivo que toma conta de seu ser, como
um monstro interior que vem dominar sua cabeça e seu estômago.
A compulsão é assim, ela tem o poder de
tirar o equilíbrio de uma pessoa, essa se planeja o dia todo para comer
corretamente, mas quando se dá conta está se sentindo empanturrada de
tanto comer. O desespero bate quando a doença já está instalada, são
poucas as pessoas que buscam o tratamento no início do problema.
Dietas restritivas são os maiores
disparadores desse transtorno, seguido de situações emocionais e
químicos que contribuem para que esse comportamento se torne recorrente.
A busca por um ideal de corpo na grande maioria das vezes inalcançável
favorece o processo, virando um circulo vicioso que poucos saem ilesos.
A psicoterapia aliada com a hipnose
Ericksoniana são duas formas possíveis de se tratar esse transtorno,
facilitando que se coloque para fora o que é indigesto, onde se aprende a
digerir a quantidade certa de comida e situações que levam ao quadro de
transtorno alimentar.
Não despreze os sinais de compulsão,
quando esses quadros acontecem pelo menos duas vezes na semana por um
período de seis meses já é diagnosticado como transtorno de compulsão
alimentar periódico. Em muitos casos é necessário o acompanhamento de um
psiquiatra especializado na área, além do profissional nutricionista.
A dor da falta de controle sobre seu
desejo e seu corpo pode ferir de forma assustadora, levando muitas
pessoas à baixa autoestima, falta de confiança e impotência.
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