Ouvi essa frase esses dias no consultório e na hora pensei em como é verdadeiro, não falar do que não está indo bem é uma forma de não enxergar a realidade. Na verdade esse comportamento é muito comum, famílias, parceiros, filhos que optam por ignorar um determinado problema, como se esse fato fosse resolver como por encanto a situação a ser discutida.
Síndrome de Poliana, viver uma realidade construída no imaginário. Muito mais fácil? Não acho. Tudo o que empurrar para debaixo do tapete dará um trabalho danado, afinal uma hora irá se cansar de tropeçar e terá que arrancar o tapete e olhar o que por anos a fio enfiou embaixo dele.
Talvez seja um jeitinho brasileiro de lidar com as situações, do não dar conta de assumir o que vem acontecendo e se responsabilizar. Isso mesmo, olhar para um problema e se colocar disponível a resolver, falar sobre ele, buscar mudanças, poxa, exige muito trabalho. Mas a vida exige que em algum momento possamos assumir certas posturas frente a ela, mesmo que não queira.
Se negarmos que um problema não existe ao invés de enfrentá-lo, teremos mais frustrações e dificuldades. Se ousarmos encarar de frente, resolveríamos no seu devido tempo e pouparia muito sofrimento, evitando quebrarmos a cara em muitas situações.
Eu te convido a olhar para sua vida, o que não está bacana? Por que se contentar com um não reconhecimento do chefe é mais fácil do que enfiar em uma nova especialização e buscar uma nova profissão? Ficar em um casamento falido por medo da solidão? Não olhar para o filho que se droga porque não sabe o que fazer para salvá-lo?
Porque tudo isso dá trabalho, exigirá de você muito esforço, mexerá com suas emoções, talvez tire de você essa falsa sensação de que está tudo sob controle, mas se quer mudar algo que não está bem, meu amigo, precisará arregaçar as mangas.
Você pode até continuar a empurrar os problemas para debaixo do tapete, mas não irá conseguir fugir das consequências desse ato por muito tempo. Por isso, olhe, encare e assuma a responsabilidade de mudar o que não está bem.
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